segunda-feira, 30 de julho de 2012

Retratos da Imaginação


Fotografias são mesmo fatos marcantes de nossa história. Nelas gravamos momentos importantes de nossas vidas e hoje, com toda essa parafernália que a tecnologia nos brindou, fica muito mais fácil gravarmos todos os momentos que desejamos e nos dá também a possibilidade de eliminarmos rapidamente, caso não estejam ao nosso contento. Anos atrás poucas famílias registravam as imagens importantes, pois nem todos possuíam uma câmera fotográfica. Era comum visitar parentes e amigos e em determinado momento todos se sentavam para apreciar e comentar as fotos que cuidadosamente ficavam guardadas em álbuns, caixas de sapatos e gavetas. Na minha casa a coisa era diferente. Vivíamos de aluguel e com o passar dos anos muitas das fotos ficaram perdidas em decorrência das mudanças. Outro fato determinante para o desaparecimento delas é que serviam de papel lembrete em seu verso. Era comum encontrar listinhas de mercado, cálculos de contas a pagar, receitas de tortas e bolos. Um dia me dei conta da importância das imagens, das histórias que continha em cada uma delas e ainda menina passei a juntá-las e fazer meu pequeno acervo.  Não sobraram muitas, mas as que pude recuperar estão muito bem guardadas.

Cada imagem registrada tem sua história. Pode ter sido um aniversário, uma reunião em família, passeio no parque, uma viagem de férias, festas de final de ano. Amigos, parentes, bichinhos de estimação, roupas que estavam na moda, infinitas paisagens, muitas cores e até mesmo colorido nenhum, apenas o preto e branco sumido... descolorido... que o tempo implacavelmente deixou suas marcas.

Ah! O tempo! O tempo que também levou muitos daqueles que ali estão registrados.

E o que dizer daquela imagem que não foi registrada? Sim! Aquele momento que nos arrependemos de não  estarmos fortemente armados com nossas poderosas máquinas de congelar poses e situações! Faltou o “clic” e apenas deixamos em nossa memória. E é a partir daí que resolvi fazer uma série de “clics” de fotografias que ficaram somente nas recordações silenciosas e invisíveis do confuso arquivo desta minha cabecinha cheia de caraminholas.