sábado, 21 de dezembro de 2013

Papai Noel




Papai Noel, esta é minha primeira cartinha a você e acredite, foram cinqüenta e quatro anos para fazer isso. Pode parecer estranho escrever para alguém que para mim nunca existiu, mas preciso fazer isso. Preciso que mais pessoas, além de mim, saibam desta minha falta de crença em você. Evidentemente que hoje não teria mesmo graça nenhuma acreditar, mas volto alguns anos atrás e me vejo totalmente descrente da sua pessoa. De cara você pisou na bola comigo quando, em segredo, lhe pedi um brinquedo e em minhas mãos chegou um totalmente diferente do que havia pedido. Naquele dia sai na rua, coisa que todas as crianças da época faziam e se reuniam para mostrar os presentes deixados na árvore de Natal.  A maioria tinha nas mãos exatamente o que haviam pedido. Tudo bem,  pode ter havido algum erro de comunicação e o melhor era mesmo esperar o próximo ano e quem sabe corrigir provável erro. Até aí ainda não te achava injusto, talvez um pouco atrapalhado. Mais um ano se passou e tive medo em deixar meus sapatinhos na janela. Primeiro porque os achava pequenos demais e não caberia dentro deles o meu pedido e segundo por não confiar muito em você temia perder meu melhor par de sapatos ou quem sabe até mesmo o único. Por conta desta minha desconfiança  o presente novamente veio errado. Não era só o meu. Meus irmãos queixavam-se do mesmo problema.  Passei a te achar injusto. Comecei a acreditar que você atendia melhor as pessoas ricas, porque elas lhe preparavam fartas mesas cheias de guloseimas e tinha até quem dizia que você comia tudo! Não é à toa que é gordo. Com o passar do tempo comecei a misturar as coisas, pois na escola aprendíamos a fazer orações e sempre no dirigíamos ao “papai do céu”. Tudo rimava. Papai Noel... Papai do Céu. Qual deles é mais poderoso? Pensei muito na possibilidade de enviar cartinhas ao papai do céu, pois se era do céu haveria de ter mais poder do que o Noel. Foi mais uma tentativa frustrada. Nada mudou e para piorar em uma das orações a madre da escola ensinava: “Santa Maria mãe de Deus...” de Deus? Maria não era mãe de Jesus? Você imagina Sr Noel o que são estas questões na cabeça de uma criança? Sabe o que é ver um pinheirinho cheio de neve na Galeria Prestes Maia, num país tropical estalando pra lá de trinta graus? Acreditar para que? Pra ter fantasias de um bom velhinho que se abala do pólo norte para atender as criancinhas de todo o planeta?  Não. Ainda prefiro a fada madrinha, a fada mãe que com muita sabedoria dividia e dividindo multiplicava.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Aprendendo que é possível sim!

Andei afastada deste contato porque estive trabalhando em algumas coisas que tomaram meu tempo, mas me realizaram muito. Acho que o pobre é criativo por natureza  e eu não posso deparar com desperdícios. Foi assim que comecei a empreitada. Moro de aluguel em uma casa antiga e o proprietário, no momento, não pode disponibilizar recursos para promover uma reforma. Ele tinha outras prioridades. Muitas pessoas quando pensam em reforma carregam seus pensamentos para lojas de materiais de construção, pedreiros e tudo o mais que envolve uma mudança em qualquer metro quadrado que seja. Pensando assim o gasto é grande e em tempos de economia fica mesmo fora de cogitação. Mas algo me dizia intimamente que eu podia me lançar no “projeto reforma” a custo quase zero, só não encontrava o fio da meada desta ideia que passeava em minha cabeça, mas não se materializava. Enquanto isso as paredes da sala ficavam cada vez mais feias por causa da umidade. O piso tinha aspecto horroroso pela ação do tempo. Tudo isso me desanimava e eu já não tinha vontade em arrumar, decorar, curtir. Fazia a limpeza por fazer,  para não piorar. Mudar de casa não era propriamente a melhor solução, pois apesar de tudo gosto muito de onde moro e já se passaram dez anos. Acho que criei raízes. Muito bem. Um dia andando pelas ruas de minha cidade deparei com uma construção.  Ali se ergueu  um grande edifício e estava em fase de acabamento. Na caçamba muitos pisos quebrados, inutilizados e de boa qualidade. Na verdade um desperdício! Foi nesta caçamba que comecei a trabalhar a ideia de que eu podia melhorar minha casa. Algumas caixas de papelão e pronto! Muitos cacos de pisos no carro. Passei a pesquisar em como preparar a massa, a parede e tipos de ferramentas próprias para a aplicação das peças. Descobri que a ferramenta mais importante era eu.  A partir daí não dei sossego a uma caçamba se quer! O resultado você poderá ver através das fotografias. E que venham outros desafios! Estou pronta!


parede preparada... é possível notar a umidade

início da colocação dos caquinhos de piso - lembrando que são de caçambas de construções



aproveitei para fazer uma decoraçãozinha

quase finalizando...
finalizada!!!

a mesa já estava pronta há meses! só esperando um bom cantinho...



claro que uma coisa puxa a outra e acabei usando forração vinílica no piso

a parede de fundo também ganhou um carinho especial

e ficou assim... aconchegante