Recentemente estive na Argentina e ganhei da amiga Rosa
Gimenez uma pequena lanterna que também é um isqueiro. Muito bem, ilumina nas duas
pontas e foi providencial este presente. Nem tanto pelo isqueiro que me faz lembrar do maldito cigarro que
penso sempre em deixar este vício aos poucos e penso tão pouco que por fim não
deixo. Quem sabe ainda compre um cachimbo e passe o resto de meus dias pitando
assim como minha amiga Neves. Enquanto ela pitava contava-me muitas histórias e
eu gostava de ouvir. Queria mesmo era estar pitando ao lado dela agora. Mas o
assunto no momento é a tal lanterna. Bolsa de mulher nunca é organizada. Esta
frase ficou forte? Tudo bem. Noventa e nove por cento das bolsas femininas não
são organizadas. Melhorou? Se eu mudar a porcentagem então aí estarei mentindo.
A minha bolsa é uma bagunça e não pense que direi que tem de tudo lá dentro.
Quer dizer... tem um monte de porcarias que não servem para nada e nem mesmo a
lanterna resolveu naquela noite. Nervosamente
tateava em busca de umas balinhas Halls que havia jogado no meu Buraco Negro, é
assim que chamo minha bolsa, e não encontrei. Por fim, senti nas mãos o que
identifiquei sendo a lanterna e rapidamente acionei o botão para ligá-la. Não
resolveu e ainda paguei mico, pois rapidinho alguém disse: até lanterna você
tem na bolsa? Como se eu carregasse de tudo mesmo na bolsa e na verdade só transporto
nela tudo aquilo que involuntariamente jogo lá dentro.
Rosa, minha querida, não se aborreça, não foi a lanterna,
mas sim o momento que foi de muita euforia.
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