terça-feira, 30 de março de 2010

Doces Nuvens

Passos de algodão doce... Leu esta frase em um blog e gostou. Ficou pensando no que seriam exatamente “passos de algodão doce”. Certamente passos suaves, sem alardes. Mas prendeu-se mesmo nas lembranças que esta frase lhe trouxe. A longínqua infância. Dia de sábado. O carrinho do algodão doce estacionado na rua sem saída. Sem saída para os adultos, mas para a criançada nada impedia a passagem para o lado de lá da rua. Bastavam duas buzinadas para a criançada correr, estivessem onde estivessem, e rodearem o carrinho. O moço do algodão doce pedia fila. Que fila que nada. Todos queriam o primeiro lugar. Gostava de ver aquele açúcar virar-se em finos fios brancos. Os pequenos fios iam parar no papel que o doceiro segurava e ali ia formando como que linda nuvem, branquinha, branquinha . Gulosos olhos. Moedas muitas vezes parcas. Nem sempre podia encher a boca daquela guloseima deliciosa. Aos poucos a meninada esparramava-se pela rua, lambuzando-se daquela nuvem docinha, que como mágica, sumiam dentro da boca. E sua boca enchia-se de vontade de engolir aquela nuvem, mas nem sempre ela podia... nem sempre...

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