Precisou pedalar por algum tempo e voar despreocupadamente com os pássaros para buscar algo que ficou para trás há muitos anos.
Avistou a menininha com pezinhos bem encaixados nos vãos da cerca, rosto apoiado nas mãos, olhar perdido no infinito.
Teimava em tocar o céu. Ela o via no final daquela estrada, que vez por outra, levantava poeira com a passagem de carroças. No mais era só silêncio. Passarinhos bailavam exibindo suas asinhas e canto afinado. Eram leves. Livres. Soltos. Quanta inveja sentia. Uma vez passarinho e iria passarinhar mundo afora.
Um dia iria sim. Buscaria o céu e tocaria aquele azul com as mãozinhas e quem sabe até traria um pedaço para a Dinda.
Dinda contava que aquele céu no final da estrada era apenas uma pintura e que chegando, lá não estaria. Era preciso andar mais e mais para nunca chegar. Dinda dizia que vivendo a gente crescia e crescendo envelhecia e envelhecendo morria e morrendo... A porta do céu se abria.
- Essa Dinda tem cada uma! Pensou a menininha.
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