Ei, você não está tão longe que precise de grande bagagem e nem tão perto que venha de chinelas, lembra? Saudades sim, mas certa de que quando você entrou em minha vida eu tinha como missão te entregar ao mundo. Parece que fiz direitinho. Busque sua estrela. Brilhe. O momento é seu! Caraca! Já não tropeço mais em seus sapatos, não encontro toalhas molhadas e a caixinha de leite condensado aberta na geladeira agora até se estraga. Ah! Livrei-me daquele cheiro adocicado do perfume que você usava. Meu! Como eu espirrava! Filha, não pare nunca, não tenha medo. Ainda terá muito a descobrir. Eu por aqui vou ficando... cheia de saudades, sentindo grande orgulho e muita traquilidade porque você é leal, amorosa, dedicada, responsável; e saiba que torço muito por você. Conte comigo. Te amo.
Psiu! Não estou triste. Um dia nos deixaríamos, fosse lá como fosse, mas sempre meu coração ficará apertadinho... procurando por você... saber de você... amando você.
terça-feira, 31 de maio de 2011
terça-feira, 10 de maio de 2011
Coisas de Mulher
Ele saiu de fábrica perfeito! Foi testado, aprovado e considerado pronto para uso. Bonitão. Coloridão. Capacidade para suportar muitos objetos todos metodicamente colocados em fila seguindo sempre a regra “os maiores“ em primeiro lugar. Foi parar na vitrine da loja em exposição.
Ela chega sempre como quem não quer nada. Só olhar. Apreciar as novidades. Matar o tempo.
Ele lá. Cheio de pose, em muitas cores, tentando chamar a atenção.
Ela o vê. Aproxima-se. Observa. Parece pensar e por fim resolve levar. Tira o da prateleira e logo o coloca para funcionar.
Coitadinho! Olha só o que teve que suportar! Nunca mais ninguém o enxergará. terça-feira, 3 de maio de 2011
PACOTE DE VIAGEM
A viagem era pequena e rápida. Assim deveria ser, mas o destino, sempre ele, agiu de forma a não permitir o rápido retorno.
Tudo que ela faria ao sair da cidade de Itanhaém localizada no litoral de São Paulo era desembarcar na cidade de Osasco também em São Paulo e resolver problemas burocráticos de algumas propriedades que tem por lá.
Tratando-se de curta viagem poderia retornar no mesmo dia, mas já no cartório de registros recebeu a primeira ligação em seu celular com a triste notícia de que seu primo havia sofrido acidente de automóvel e encontrava-se internado em um hospital da cidade e que seu estado clínico era grave.
Deixou os documentos para depois e correu em direção ao hospital onde se encontraria com os demais parentes. Permaneceu ali por algumas horas em companhia de familiares mais próximos no aguardo de informações mais exatas sobre o paciente em questão.
Exausta da viagem e da correria sentou-se num pequeno e desconfortável banco de madeira que naquele momento tornou-se o melhor assento do mundo e se pôs a pensar nas tantas voltas que a vida dá. Novamente o toque do celular e mais uma notícia. Desta vez a informavam que a tia, mãe do rapaz acidentado, encontrava-se hospitalizada em estado de choque.
Rapidamente cruzou a cidade indo de encontro ao hospital onde a tia estava sendo atendida. Foi informada sobre o estado geral da paciente, mas ainda não poderia vê-la. Aguardou, mas desta vez em um gelado banco de concreto. Olhou pela janela e percebeu que anoitecia. E ali adormeceu e o dia amanheceu.
Acordou amarrotada, torta, dolorida. Procurou o balcão de informações e soube que sua tia receberia alta assim que o médico passasse em visita. Animou-se. Tomou café. Acendeu um cigarro. Sentiu o frio das primeiras horas da manhã. Avisou a família e aguardou.
Mas o destino não queria mesmo dar sossego a ela. O celular toca novamente. Assombrada atende e se dá conta de que um tio que já estava muito doente há algum tempo faleceu naquela manhã e comunicavam o velório aos familiares. Calou-se. Perdeu-se como bala em tiroteio. Perguntou inúmeras vezes porque saíra de Itanhaém. Odiou o celular e cada centavo que gastou quando o adquiriu. Nem endereço fixo queria ter mais. Não queria ser encontrada. Naquele momento queria morar em qualquer lugar e melhor seria se morasse em lugar nenhum. Estava cansada, amassada, descabelada. Logo ela uma cabeleireira? Ninguém entenderia!
Saiu sem saber pra onde iria e resmungando lá do seu jeito desculpou-se com Deus pedindo que ele entendesse que desta vez a barra estava pesada.
Foi para o velório que durou toda a noite e somente pela manhã o tio foi enterrado. Ao sair dali rumou para a rodoviária. Comprou o bilhete de viagem e soube que a espera seria de duas longas horas. Desolada sentou-se no primeiro banco que encontrou, desligou o celular e esperou.
Meu carinho para minha amiga e cabeleireira Cida Campos
Meu carinho para minha amiga e cabeleireira Cida Campos
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